IA Generativa: Evolução dos modelos, incluindo ChatGPT e Gemini

18/10/2024

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A Revolução dos Modelos de IA Generativa

A IA generativa se refere a sistemas que conseguem criar novos conteúdos, seja texto, imagens, som ou vídeo, com base em padrões aprendidos. Isso marca uma virada significativa na IA, pois anteriormente os sistemas eram predominantemente discriminativos, ou seja, usados apenas para classificar ou reconhecer padrões. No centro dessa revolução estão modelos como o GPT (Generative Pre-trained Transformer), que introduziu um novo paradigma ao permitir que a IA fosse pré-treinada em enormes quantidades de dados e ajustada para gerar respostas com base em prompts.

A base da IA generativa está nos modelos de linguagem, que são redes neurais profundas treinadas para prever a próxima palavra em uma sequência de texto. Esse tipo de aprendizado é conhecido como aprendizado auto-supervisionado, onde os modelos são treinados em grandes corpora de dados textuais disponíveis na internet. O marco para esses modelos foi a introdução da arquitetura Transformer, conforme descrito no influente artigo "Attention is All You Need" por Vaswani et al. (2017). Os Transformers utilizam mecanismos de atenção para capturar relações contextuais entre palavras, melhorando o desempenho em tarefas de processamento de linguagem natural (NLP).

O Desenvolvimento do ChatGPT

O ChatGPT é uma versão mais avançada da série GPT da OpenAI. A primeira iteração, GPT-2, lançada em 2019, chamou atenção pelo seu tamanho, com 1,5 bilhões de parâmetros, e pela sua capacidade de gerar texto coerente e convincente. Entretanto, foi o GPT-3, com impressionantes 175 bilhões de parâmetros, que revolucionou o campo. O modelo foi detalhado no artigo "Language Models are Few-Shot Learners" (Brown et al., 2020), que demonstrou a capacidade de GPT-3 em realizar tarefas sem treinamento específico, apenas observando exemplos mínimos ("few-shot learning").

GPT-3 é um exemplo claro de como o tamanho do modelo e a quantidade de dados de treinamento podem melhorar drasticamente o desempenho da IA. Ele foi treinado em um vasto corpus de texto, que inclui livros, artigos científicos, páginas da web e muitos outros tipos de conteúdo. O poder do ChatGPT não está apenas na geração de texto, mas também em sua capacidade de manter diálogos coerentes e realizar tarefas como a tradução, escrita de código e até mesmo criação de poesia.

A arquitetura subjacente ao GPT-3 se baseia na autoatenção, que permite ao modelo pesar a relevância de diferentes palavras dentro de uma sequência, considerando o contexto anterior e posterior. Este mecanismo de atenção possibilita que o ChatGPT gere respostas que parecem ter "compreensão" do contexto, mesmo quando o prompt inicial é vago ou ambíguo.

Alguns dos desafios discutidos no artigo "Stochastic Parrots: Can Language Models Be Too Big?" (Bender et al., 2021) criticam a tendência de usar modelos gigantes como o GPT-3, apontando para os perigos de vieses embutidos nos dados e a falta de transparência nos mecanismos de tomada de decisão dessas IAs.

Gemini - A Resposta da DeepMind

O Gemini, desenvolvido pelo Google DeepMind, representa a nova fronteira em IA generativa. Embora o ChatGPT tenha dominado a narrativa da IA até agora, o Gemini está sendo projetado para ser ainda mais poderoso, com capacidades multimodais avançadas. Isso significa que o Gemini não apenas será capaz de entender e gerar texto, mas também de interpretar imagens, sons e outros tipos de dados não textuais de forma integrada.

A abordagem da DeepMind com o Gemini vai além da arquitetura tradicional de Transformers. Pesquisas sugerem que o Gemini incorpora técnicas de aprendizagem reforçada, o que significa que o modelo pode melhorar suas próprias habilidades ao interagir com o ambiente, em vez de apenas gerar respostas estáticas com base em treinamento prévio. Essa capacidade é similar à usada pelo AlphaGo, outro projeto de destaque da DeepMind.

Embora menos artigos acadêmicos estejam disponíveis sobre o Gemini, especula-se que ele seja baseado no conceito de "transformações dinâmicas", que permitem ao modelo ajustar seus parâmetros de forma eficiente com menos dados de treinamento. A apresentação inicial do Gemini ocorreu na conferência NeurIPS 2023, onde a DeepMind enfatizou o foco na integração de dados multimodais para superar os desafios de interpretação de contexto.

Modelos como o Gemini também estão sendo projetados com uma maior preocupação em relação à eficiência energética, dado que o treinamento de modelos como o GPT-3 é altamente intensivo em recursos computacionais. A DeepMind está buscando soluções que possam reduzir o custo computacional sem comprometer o desempenho.

Aplicações e Impacto no Cotidiano

Os modelos de IA generativa já estão impactando várias indústrias de forma significativa. Assistentes virtuais, como o Google Assistant, Siri, Alexa e o próprio ChatGPT, estão utilizando essas tecnologias para melhorar a interação com usuários, oferecendo respostas mais naturais e contextualmente relevantes. Empresas de todos os setores estão se beneficiando de IAs generativas em suporte ao cliente, geração automática de conteúdo, criação de estratégias de marketing personalizadas e até no desenvolvimento de novos produtos.

Na educação, plataformas como o Duolingo estão integrando modelos de IA generativa para criar interações mais dinâmicas com os alunos, oferecendo uma experiência de aprendizado personalizada. Já no campo da saúde, sistemas de diagnóstico assistido por IA, como o ChatGPT, estão sendo explorados para oferecer suporte a médicos na interpretação de exames e na sugestão de tratamentos, conforme relatado no artigo "Artificial Intelligence in Healthcare: Challenges and Opportunities" (Jiang et al., 2017).

Além disso, no setor de entretenimento, a IA generativa está transformando a criação de jogos, música e arte digital. Com o surgimento de ferramentas como DALL·E, Stable Diffusion e MidJourney, qualquer pessoa pode gerar imagens exclusivas a partir de descrições textuais, o que tem democratizado o acesso à criatividade.

O Futuro das IAs Generativas

O futuro das IAs generativas é promissor, mas também carrega desafios significativos. À medida que os modelos se tornam mais poderosos e acessíveis, questões sobre viés, ética e responsabilidade estão se tornando críticas. O artigo "Scaling Laws for Neural Language Models" (Kaplan et al., 2020) destaca que o aumento no tamanho dos modelos leva a ganhos contínuos, mas também introduz complexidade em termos de viés algorítmico e impacto ambiental.

Muitos especialistas acreditam que os próximos avanços estarão focados em melhorar a eficiência dos modelos e em torná-los mais interpretáveis. Uma linha de pesquisa promissora envolve "redes neurais esparsas", onde apenas uma pequena fração dos parâmetros é ativada durante a inferência, o que pode reduzir drasticamente o consumo de energia. Outro campo emergente é o de "AI ethics by design", que busca desenvolver mecanismos para reduzir vieses embutidos e garantir que os sistemas de IA sejam justos e transparentes.

Em paralelo, as regulações para IAs estão sendo desenvolvidas em várias partes do mundo. A União Europeia, por exemplo, está avançando com sua proposta de regulamentação de IA, que visa proteger a privacidade e os direitos dos usuários, enquanto promove a inovação. O sucesso futuro das IAs generativas dependerá da capacidade de equilibrar inovação tecnológica com a responsabilidade ética e social.

Exemplos práticos de uso de modelos de IA generativa

Veja, no link a seguir, exemplos de aplicação:

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